Áreas de Concentração
O Programa de Pós-Graduação em Meteorologia Aplicada oferece treinamento em três áreas de concentração: Meteorologia Agrícola e Florestal, Meteorologia de Ecossistemas Naturais e Climatologia Aplicada. A distribuição do Programa nessas três áreas de concentração objetiva pesquisar não só a resposta de ecossistemas naturais e manejados às condições meteorológicas, mas também aplicações diversas da climatologia a recursos hídricos, ao uso da terra e ao efeito reverso da agricultura no clima.
Os estudantes que optarem por concentrar sua formação na área de Meteorologia Agrícola e Florestal terão uma formação direcionada ao estudo das características micrometeorológicas associadas às diversas culturas agrícolas, pastagens e florestas plantadas, e da resposta dos ecossistemas às condições meteorológicas, incluindo o efeito fisiológico que a elevação do CO2 teria não apenas na produtividade das culturas agrícolas e espécies florestais, mas também na das espécies invasoras. Esses estudos são conduzidos por meio de técnicas observacionais de campo, sensoriamento remoto e modelagem.
Aqueles discentes que concentrarem sua formação na área de Meteorologia de Ecossistemas Naturais terão uma formação direcionada aos aspectos da inter-relação entre a meteorologia e a estrutura e funcionamento das florestas nativas e demais ecossistemas naturais. Esforços são concentrados na investigação científica relevante para os estudos de composição, estrutura e funcionamento de ecossistemas naturais, sua relação com a variabilidade do clima e mudanças climáticas, nas diversas escalas de tempo. O uso de modelos teóricos, experimentos de campo e sensoriamento remoto consistem nas principais ferramentas utilizadas, com vistas ao entendimento do complexo sistema de interação entre a composição e a estrutura da vegetação, suas propriedades radiativas e turbulentas, e sua interação com processos atmosféricos, desde a microescala até a escala global. Temas típicos incluem micrometeorologia de ecossistemas (balanço de radiação e energia, turbulência, evapotranspiração, fluxos de gases-traço), instrumentação micrometeorológica (sensores para gases, instrumentos de medição de fluxo, técnicas de medição de fluxos de radiação), determinação das propriedades radiométricas do dossel, relações entre queimadas e as condições atmosféricas, e modelagem da estrutura e funcionamento dos ecossistemas naturais em função do clima.
Por seu turno, os estudantes que optarem pela área de Climatologia Aplicada terão sua formação direcionada aos aspectos físicos e estatísticos do sistema climático e as interações entre o clima e os padrões espaciais de uso da terra. O conhecimento das condições climáticas em si é tão importante para o estudo dos ecossistemas naturais e agrícolas quanto o estudo da resposta das plantas às condições atmosféricas. Neste contexto, é fundamental estudar em profundidade as características do clima em determinada região e quais culturas agrícolas, espécies florestais ou nativas são aptas ao clima de daquela região. Por outro lado, tendo em vista que o cenário de mudanças climáticas globais é tido como inevitável por muitos cientistas, as atividades agrícolas, florestais e a dinâmica dos ecossistemas naturais poderão ser muito diferentes nessas condições. Novas áreas poderão ser adicionadas ou retiradas do processo produtivo de determinadas espécies, modificando consideravelmente a geografia da produção agrícola e florestal do Brasil, assim como a própria biogeografia dos ecossistemas naturais também pode ser alterada. As técnicas utilizadas incluem análises estatísticas de séries temporais, modelagem numérica e uso de sensoriamento remoto e sistemas de informações geográficas.